15 de janeiro de 2010

Aspirante a DaVinci

Quando era pequena, meu pai e a escola me apresentaram aos livros. Minhas tias até hoje adoram lembrar que eu decorava as estórias que liam pra mim antes de saber lê-las sozinha. O primeiro livro de verdade que me recordo de ler foi A Princesinha, de Frances Hodgson Burnett. E depois, com 7 anos, quando meu pai me comprou um livrinho entitulado Harry Potter e a Pedra Filosofal (pausa para reação histérica de pottermaníaca assumida. Desculpem, mas HP é assunto sagrado para mim), consolidou-se uma paixão. Sempre estou lendo algo, nem que por culpa do sistema excludente de ensino brasileiro seja apenas um livro didático.
Apesar de adorar ler, muito cedo também, mas um pouco depois, desenvolvi uma segunda paixão: a matemática. Sei que parecem dois interesses muito distintos, mas essas coisas não se controlam. Sempre fui boa em matemática na escola (é aqui que eu ouço os gritos de "NEEEEEEEEEEEEEERD!"), e, mais importante, sempre gostei disso. Era aquela aluna de Olimpíada, orgulho do colégio. Hoje nem tanto.
Além disso, sempre tive uma fascinação pelo corpo humano, nos mais variados níveis. Em ciências, adorava ver como tudo funcionava dentro da gente; às vezes olhava no espelho e imaginava como tanta coisa cabia ali dentro, e como é que tudo se ligava e trabalhava tão direitinho.
Chegando ao ensino médio, as matérias se diversificaram e meus gostos também. Literatura, biologia, matemática, química e física... Ninguém acredita quando eu digo que gosto de tudo isso. Mas gosto sim. Muito, aliás, o que não me ajuda na hora de decidir o que fazer da vida. Tenho alguns meses ainda, e a decisão já quase formada, apesar de muitos acharem que ela não foi tomada puramente pela minha vontade.
Espero, pelo menos, ter muitos hobbies.

29 de agosto de 2009

A minha infância querida

Maturidade sorrateira
Me corrompe tão ligeira
Que há muito não sou mais criança

Era menina, tão faceira
Até bonita, à minha maneira
Mas já não entro mais na dança

Razões diversas
Razões perversas
Que me atropelam a vida

O pior é imaginar se seria melhor
se eu não soubesse
Se os anos trariam de volta minha infância,
a tal aurora de minha vida
que Casimiro canta

Ignorância chamada de bênção,
um véu multicor
de alegria, bondade, ternura, calor

Não, prefiro tudo como foi
Imperfeito,
mas que me mostrou bem cedo
o mundo e o que sou.

2 de agosto de 2009

Não é exatamente tristeza

Ali ela era só uma menininha.
Assustada, sozinha.

Toda aquela confiança, aparente, desaparecida, aparentemente.
Tudo que conhecia não existe mais.
Nunca se sentiu tão incapaz.
Era bobagem se apegar tanto assim?
Sabia que teria um fim.
Fim da época, do momento, não de tudo, ainda bem.
Mas isso era só um leve paliativo.
A dor era imensurável, inexplicável, irracional, infantil e, ainda assim, tão elementar e compreensível.
E esperada.
Ela sabia.
Sempre soube.
Só que isso não fazia ficar mais fácil.
Tinha imaginado tantas vezes, pensado nas piores possibilidades.
Mas a realidade é sempre mais cruel do que qualquer devaneio.
Ainda assim, cumpriu a promessa, e só deixou a tristeza e a saudade prematura transbordarem quando estava sozinha.

Meus sonhos estão cada vez mais proféticos.

5 de julho de 2009

Corinthianos

Eu, meus pais e minha irmã chegamos a São Paulo na quarta-feira à noite, dia primeiro de julho. Cansados, famintos e, bom, cansados, deixamos as malas no hotel e saímos a pé pra comer numa lanchonete aqui perto, um cachorro quente legendário que meus pais já haviam comido ano passado, quando estiveram aqui.

O cachorro quente com certeza mereceria um parágrafo só pra ele só pelo fato de ter PURÊ DE BATATAS nele, (o que eu, como alagoana, achei surpreendente, não sei se isso é comum por aqui), mas não é sobre isso que eu quero falar. A lanchonete estava cheia de corinthianos, tipicamente barulhentos, interagindo com outros que passavam de carro, com bandeiras para fora da janela, buzinando a volumes com certeza prejudiciais. Os que estavam sentados, ao meu redor, respondiam com gritos aos ocasionais "VAMO CURÍNTIA!!!!!" dos que passavam, e vice-versa. Além de tudo, no bar do outro lado da rua, alguém teve a ideia de colocar um CD com músicas do tal time, e é lógico que todo corinthiano na rua começou a cantar junto, em alto e bom som. Isso quando não resolviam se juntar em grupinhos e pular abraçados pra fazer isso.

Mas a melhor parte foi quando um dos ditos cujos resolveu chegar na nossa mesa:
-Ei, ei.- Nós olhamos pra ele. -Hoje tem que fazer cara de filiz. Faz cara de filiz, vai, faz carinha de filiz.
E fez a tal cara de filiz, abrindo um sorriso de orelha a orelha. Meus pais riram, minha irmã bocejou, eu olhei e forcei um sorrisinho.

Ele soltou um "Iiiiiiiiiiiisso aê" e se afastou satisfeito pra atravessar a rua gritando.

Euforia imposta aos outros?

Não entendo os corinthianos.

13 de junho de 2009

Minha solução

Você também pensa em mim quando tudo fica quieto e seus pensamentos são sua única companhia?
Saudade é tão difícil de explicar, até porque ainda é cedo para ela. Esse é meu ano de carpe diem, e eu não sou mesmo de ficar me lamentando.
Me pergunto por que você é diferente, ou talvez por que eu sou.
E por que você ocupa tanto minha mente, por que atrapalha minhas equações e meus textos, por que não consigo te deixar de lado um segundo?
E por que eu não quero te deixar?
Na verdade, não quero uma resposta pra isso, não preciso de uma. Quero a resposta pra essa:
Por que eu simplesmente não aceito que coisas boas podem acontecer comigo? Eu posso encontrar a pessoa perfeita. Posso estar certa, e ter encontrado.
Me odiaria pra sempre se deixasse minha insegurança (velha companheira) estragar algo que me deixa tão bem.
Continuo, então, a rolar na cama, tarde da noite, sem conseguir dormir.
Preocupo-me se não vai acabar do mesmo jeito de sempre.
Preocupo-me se a minha auto-estima quase inexistente não vai de algum jeito me fazer sabotar a única parte da minha vida que funciona direito.
Preocupo-me de me preocupar tanto com tudo.
Aí eu te vejo.
E com um simples sorriso e um oi, não me preocupo mais.

16 de maio de 2009

O passado não volta, mas não precisava ter ido

Fico pensando se foi tudo um sonho. Aqueles tempos existiram mesmo ou eu só os imaginei como uma forma de preencher a minha necessidade amigas verdadeiras?
Certo, sonho não foi. Claro que não.
Mas será que era tão bom quanto eu lembro que era? Parece que tudo que tínhamos em comum não significa mais tanto pra mim.
E é difícil achar assunto. Quando falo, sempre sinto que não sou interessante, e que não pertenço ali.
Não devia mesmo ser tão difícil.
Devia ser natural. Fácil.
Só eu mudei?

10 de maio de 2009

My sweet sixteen

No dia seis de maio de 2009, comemora-se (pelo menos eu comemorei) os dezesseis anos do dia em que minha mãe deu à luz sua primogênita, Laura (eu). Geralmente no dia do meu aniversário sinto uma atmosfera diferente, e fico bem... feliz. Como deveria, certo? Bom, esse ano, não tive tanto clima de aniversário.
Talvez porque esse ano eu não tenha deixado minha mãe realizar seus planos de todo ano dar uma festa, de um modo ou de outro, apenas um jantar para os familiares mais próximos e meu namorado, ou talvez por eu ter perdido o contato com muitas pessoas nos últimos meses, mas acordei e nem lembrei que era meu aniversário, o "meu dia".
Se eu vivesse em algum outro lugar, ou em outra época, talvez já estivesse casada, com filhos. Talvez já trabalhasse, já dirigisse, já fosse independente. Talvez já estivesse morta, ou na meia-idade. Por isso sei que tenho sorte. Porém ficaria feliz se a possibilidade de votar (e, segundo Renata, ficar rica vendendo os votos) não fosse tudo que meus 16 anos trazem.
Esperava, mas não me sinto diferente agora de como me sentia há uma semana, com 15. Talvez não tenha caído a ficha ainda. Ou talvez eu esteja esperando por algo que nem existe. Afinal, o homem é que teve a necessidade de marcar o tempo. Faz diferença se hoje faz 5844 dias que eu nasci, ou 5845?
Não sei se já mencionei aqui, mas sempre fui meio precoce, principalmente na personalidade e na percepção do mundo, ainda que ingênua para muitas coisas. Acho que já me sentia com 16 anos antes de completá-los. Na verdade, mal posso esperar pelos 17. MAS, antes, tenho que tomar um rumo, fazer algumas decisões difíceis. Afinal, os dias de debutante já eram.